Exposição “Lugares Encantados, Espaços de Património” (31/01/2020 – 31/12/2022)

A exposição “Lugares Encantados, Espaços de Património” centra-se na interrogação de processos de construção de identidades configuradas a partir da articulação entre património e religião na sociedade portuguesa contemporânea. Tal interrogação constituiu o fundamento de pesquisas de terreno desenvolvidas recentemente por uma equipa de investigadores que se debruçaram sobre os quatro estudos de caso – Fátima, Mértola, Mouraria (Lisboa) e Sintra – que a exposição dá a conhecer, revelando-nos assim outros tantos modos de recurso ao passado e afirmação de identidades, de âmbito religioso ou secular, coletivo ou institucional.
Para além da documentação fotográfica e fílmica produzida em contexto de pesquisa de terreno, assim como de documentação de arquivos diversos, a exposição integra peças das coleções do Museu de Mértola, do Museu Nacional de Arqueologia e da Parques de Sintra – Monte da Lua (Convento dos Capuchos e Palácio Nacional de Sintra), assim como peças de coleções particulares.
A exposição constitui o culminar da componente nacional do projeto HERA HERILIGION The heritagization of religion and the sacralization of heritage in contemporary Europe / A patrimonialização da religião e a sacralização do património na Europa Contemporânea. Este projeto foi desenvolvido no âmbito de um consórcio de instituições de cinco países (Dinamarca, Holanda, Polónia, Portugal e Reino Unido) e financiado no âmbito do Joint Reasearch Programme ‘Usos do Passado’ da rede HERA – Humanities in the European Research Area, do qual faz parte a Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Em Portugal, o projeto encontra-se sediado no Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, constituindo-se o Centro em Rede de Investigação em Antropologia como instituição participante. O Museu Nacional de Etnologia acolhe a exposição na qualidade de parceiro associado, desde 2016, do projeto de investigação.
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Exhibition “Enchanted Places, Heritage Spaces” | 31st of January 2020 to the 31st of December 2022
The exhibition “Enchanted Places, Heritage Spaces” is centred on the questioning of processes of identity construction shaped from the articulation between heritage and religion in contemporary Portuguese society. That questioning has been the foundation for recent field research conducted by a team that looked into the four case studies that the exhibition reveals – Fátima, Mértola, Mouraria (Lisbon) and Sintra –, and that show us as many ways of using the past and affirming identity, in the religious or secular, colective or institutional context.
Other than photo and film documentation produced in the context of field research, and documentation from diverse archives, the exhibition presents items from the collections of the Mértola Museum, the National Museum of Archaeology, and the Parques de Sintra-Monte da Lua (Convent of the Capuchos and National Palace of Sintra), as well as items from private collections.
This exhibition is the final output of the national component of the project HERA HERILIGION The heritagization of religion and the sacralization of heritage in contemporary Europe. This project was developed by a consortium of institutions from five countries (Denmark, Netherlands, Poland, Portugal and United Kingdom) and funded within the framework of the Joint Reasearch Programme ‘Uses of the Past’ of the HERA – Humanities in the European Research Area network, of which the Portuguese Foundation for Science and Technology (FCT) is a member. In Portugal, the project is based at the Centre for Comparative Studies of the School of Arts and Humanities, University of Lisbon (CEC-FLUL), and at the Center for Research in Anthropology (CRIA). The National Museum of Ethnology has hosted the exhibition as an associated partner since 2016 in the research project.
«Vergílio Pereira: Itinerários de um Etnógrafo» (06/12/2019 – 10/10/2021)

Esta exposição deu a conhecer a vida e obra de Vergílio Pereira a partir do estudo e preservação digital do seu arquivo pessoal. Doado ao Estado pelos seus herdeiros, este arquivo foi transferido para o Museu Nacional de Etnologia em 1992, tendo em vista complementar outros importantes arquivos de música popular portuguesa de que o Museu já dispunha anteriormente, constituídos por Ernesto Veiga de Oliveira e por Michel Giacometti.
Da diversidade de documentação que configura este arquivo pessoal, são precisamente os registos sonoros que assumem especial relevo, não apenas pelo quantitativo destes, mas pelo facto de as suas cópias das gravações realizadas no âmbito da colaboração com a Junta de Província do Douro Litoral consistirem, provavelmente, nos únicos registos sobreviventes dessas recolhas.
A importância desses registos sonoros apenas pode ser compreendida, porém, no contexto do seu arquivo etnográfico globalmente considerado. É no cruzamento de toda essa documentação que, para além das vozes e das melodias, que Vergílio Pereira registava em fita magnética e posteriormente transcrevia para partitura, podemos identificar os intérpretes, de que anotava o nome, a alcunha, a idade e competência musical nos seus cadernos de campo, em conjunto com o lugar e data de cada gravação. São também os seus rostos que se encontram documentados nas imagens que realizava sistematicamente em cada recolha, assim como os instrumentos musicais utilizados, cuja sonoridade particular se encontra registada nas suas gravações.
Dada a relevância de todos estes registos, que nos permitem restituir o todo da realidade das expressões musicais que Vergílio Pereira documentou ao longo de mais de quinze anos, constituiu componente central desta exposição a digitalização do seu arquivo pessoal, tendo este projeto sido desenvolvido pelo Museu no âmbito do Programa para preservação digital e publicação em linha dos seus vários fundos arquivísticos iniciado em 2015.
Realizada pelo Museu entre 2016 e 2019, a digitalização deste arquivo contou com a inestimável colaboração da Universidade de Aveiro, dando assim sequência ao próprio projeto de estudo e inventário do mesmo desenvolvido por Maria do Rosário Pestana, docente nesta universidade, no âmbito da sua investigação sobre a obra de Vergílio Pereira.
Vergílio Pereira: Itineraries of an Etnographer
This exhibition addresses the life and work of Vergílio Pereira based upon the study, research and digital preservation of his personal archive. Donated to the State by its heirs, this archive was incorporated into the National Museum of Ethnology in 1992, with the purpose of complementing other important museum’ sound archives on Portuguese popular music, such as the ones of Ernesto Veiga de Oliveira and Michel Giacometti.
Exhibition Texts and Captions | PDF
«Exposição A/A8 oito artistas oito olhares oito percursos» (05/06/2019 – 23/06/2019)
Entre 5 e 23 de junho de 2019 encontrou-se patente ao público no Museu Nacional de Etnologia a exposição A/A8 oito artistas oito olhares oito percursos, organizada pela Associação Portuguesa de Antropologia no âmbito do seu VII Congresso. Aos artistas convidados pela APA foram solicitados projetos que estabeleçam relação nos seus conteúdos, métodos, linguagens ou inspirações com a antropologia como disciplina ou com a etnografia como método de pesquisa.
Mais informações em http://apa2019.apantropologia.org/wp-content/uploads/2019/05/mostra-arte-print-3.pdf
«Fêmea. Uma história ilustrada das mulheres» (08/03/2019 – 05/05/2019)
Inaugurada a 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a exposição Fêmea. Uma história ilustrada das mulheres consiste, em conjunto com a edição homónima da autoria da socióloga Inês Brasão e da designer gráfica Ana Biscaia, num convite à reflexão não apenas sobre importantes importantes marcos da evolução do estatuto da mulher no seio da sociedade ocidental no decurso das últimas décadas, mas também sobre alguns estereótipos da sua imagem que, não obstante aquele percurso, teimam em persistir. Organizada pela Editora Santillana e pelo Jornal Público, é constituída pelo conjunto de ilustrações publicadas naquele livro, que nos interpelam para as fundamentais clivagens de género que ainda persistem na atualidade.
«Estudos do Labirinto» (18/05/2018 – 16/09/2018)
Estudos do Labirinto constitui um projeto expositivo em rede, desenvolvido a partir do encontro entre a arte contemporânea e espaços de naturezas distintas na área de Belém: o Museu Nacional de Etnologia, o Jardim Botânico Tropical, o Museu de Marinha e o Planetário Calouste Gulbenkian.
Concebido pela curadora Cláudia Ramos o projeto inspira-se na investigação homónima de Károly Kerényi sobre o labyrinthos e, tal como o simbolismo que este imediatamente evidencia, pretende evocar as muitas possibilidades e os múltiplos percursos de que resulta o exercício do processo artístico.
À semelhança do ocorrido nas restantes entidades parceiras neste projeto, também as residências desenvolvidas no Museu Nacional de Etnologia estiveram a cargo de dois artistas, concretamente Francisco Tropa e Teresa Carepo. O momento expositivo aqui apresentado resulta dos seus processos criativos, confrontando-se e interpelando-nos.
Em conjunto com as restantes criações suscitadas pelo projeto Estudos do Labirinto, as obras de Francisco Tropa e Teresa Carepo constituem também matéria para reflexão no programa paralelo Materiais dos Estudos do Labirinto que, através de atividades como conferências, ciclos de filmes ou oficinas, acompanhará esta exposição em rede até setembro de 2018.
Museu Nacional de Etnologia | Francisco Tropa e Teresa Carepo
Jardim Botânico Tropical | Armanda Duarte e Nuno Vivente
Museu de Marinha | Ana Santos e Belén Uriel
Planetário Calouste Gulbenkian | João Maria Gusmão e Pedro Paiva
«De Regresso à Luz: Esculturas orientais em depósito da Coleção de Victor Bandeira» (13/10/2017 – 30/04/2018)
«De Regresso à Luz. Esculturas orientais em depósito da Coleção de Victor Bandeira»
A exposição “De Regresso à Luz” dá a conhecer, pela primeira vez, um conjunto de sete esculturas de carácter religioso provenientes de Myanmar, Tailândia, Japão e Sri Lanka, que, tendo sido adquiridas por Victor Bandeira com vista a integrar as coleções asiáticas do Museu Nacional de Etnologia, aqui têm permanecido depositadas desde 1975, na expectativa de uma incorporação ainda não concretizada.
Regressadas à luz após quatro décadas, e sujeitas agora a modos de contemplação jamais imaginados quando da sua produção, estas imagens convidam a que nos demoremos na excelência da sua materialidade, como ponto de partida para os sistemas de crenças religiosas para que nos remetem, maioritariamente o Budismo.
Mas estas esculturas – que se incluem entre os mais de cinco mil objetos que Victor Bandeira recolheu em África, na Amazónia, na Ásia e também em Portugal com destino às coleções do Museu, entre as décadas de 1960 e 1970 – convidam-nos também a descobrir a importância do lugar crucial que este colecionador ocupa na história do Museu.
Assim, a exposição constitui, por um lado, um gesto de agradecimento e de reconhecimento público a Victor Bandeira pela sua inegável dedicação e generosidade para com o Museu ao longo de décadas, sendo igualmente expectativa que a sua realização possa despertar a atenção para a importância da aquisição destas esculturas e o seu ingresso de pleno direito nas mais relevantes coleções etnográficas a nível nacional.
«Arquitetura Timorense: Miniaturas do Mundo» (23/09/2016 – 09/07/2017)
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Um livro, uma Exposição
Esta exposição constitui uma homenagem à investigação de Ruy Cinatti (1915-1986), Leopoldo Castro de Almeida (1932-1996) e António de Sousa Mendes (*1921) sobre os sistemas de construção tradicionais de Timor-Leste, de que resultou a obra Arquitetura Timorense, agora reeditada pelo Museu Nacional de Etnologia em parceria com o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, IP.
Tomando por referência os sete tipos de habitação tradicional que aquela equipa considerou como emblemáticos de outras tantas áreas de distribuição, a exposição apresenta uma seleção de objetos de diversas coleções do Museu relativas a Timor-Leste, de que se destaca o conjunto de elementos arquitetónicos recolhidos por Ruy Cinatti.
Tem igual destaque aqui o conjunto de maquetes de habitações e construções de uso ritual da autoria de Pedro Tolentino, com a colaboração de João Tolentino, que constituem reproduções à escala de alguns dos modelos de construções documentadas pela belíssima fotografia e pelo desenho, rigoroso mas quente, publicados naquele livro.
Evidenciando a grande diversidade de técnicas construtivas em Timor-Leste, a exposição remete-nos também para o complexo simbolismo de que se reveste a habitação timorense, quer como expressão da organização social, quer como microcosmos e reflexo da conceção do universo e das relações do Homem com o Sagrado.
Bobonaro
Nesta região montanhosa predomina o povoamento disperso e os aldeamentos de 6 a 20 casas, edificados em zonas de difícil acesso. A habitação é de planta retangular, assente em numerosos prumos, tendo c. de 11m de comprimento por 7m de largura.
A sua cobertura é suportada por dois grandes pilares – o «pilar da terra» e o «pilar do mar fundo» –, a que se atribuem propriedades sagradas e que compartimentam três espaços fundamentais da casa. São estes a varanda de entrada, uma grande sala central, de pavimento sobrelevado em relação às restantes divisões, e uma eventual segunda varanda, caso a dimensão do agregado familiar o exija.
A maior ou menor sofisticação do remate da cobertura distingue nesta região os dois principais tipos de casas, correspondentes a distintos estatutos sociais: a uma-kakaduk, com remate mais complexo, associada ao estrato social superior, e a uma-rabi, com remate mais simples, utilizada pelas famílias comuns.
Maubisse
Nesta área do centro-oeste, o povoamento é constituído por pequenos núcleos compostos de duas a quatro habitações, e respetivas dependências, que se distribuem irregularmente desde o topo das montanhas aos vales mais ensombrados.
A habitação tradicional mambai caracteriza-se pela sua cobertura elíptica ou semi-piramidal, com inclinação acentuada, que desce abaixo do pavimento sobrelevado, com vista a proteger o interior dos ventos frios das montanhas e impedindo a sua visibilidade a partir do exterior.
A casa organiza-se num único compartimento, no qual se dorme, cozinha e consomem as refeições. Sobre esse compartimento distribuem-se diversos tabuados, utilizados para armazenamento de roupas, géneros alimentares e utensílios diversos.
Baucau
Tendo a aparência de uma construção de piso térreo, o que se deve à parede de palapa, revestimento vegetal que envolve todo o seu perímetro, a habitação tradicional da área de Baucau desenvolve-se, de facto, em três planos de pavimento. Estes são sobrelevados respetivamente a 0,8m, a 1m e a 2m de altura, utilizando-se ainda o sótão para armazenamento de géneros e objetos diversos, incluindo os sagrados ou lulic.
A estrutura da casa é definida por dois conjuntos de pilares: oito, na periferia, que conferem à construção a planta octogonal visível do exterior; quatro, no interior, que organizam os dois pisos superiores e suportam as paredes destes. Este tipo de casa caracteriza-se ainda pelo revestimento da sua cobertura, denso e espesso, cujos c. de 50 cm constituem um forro protetor da chuva e do calor.
A construção deste tipo de habitação desenvolve-se ao longo de 3 a 4 meses, sendo concluída por um ritual que assegura a transferência das almas dos antepassados do antigo para o novo lar.
Lautém
Na região de Lautém, no extremo oriental de Timor-Leste, predomina o povoamento concentrado, em aldeamentos de 40 a 50 casas cada. A casa emblemática desta região caracteriza-se pela sua alta cobertura de quatro águas, quase piramidal e inclinação muito acentuada, elevando-se por vezes a 12m do solo.
Nas casas dos chefes, o remate da cobertura é profusamente decorado por cones ornamentais de gamúti, traves esculpidas, cordões de búzios e outros símbolos de poder. O pavimento, elevado a 3m do chão, assenta num complexo sistema de vigamento, por seu turno suportado em apenas quatro pilares. As paredes exteriores são constituídas por painéis de madeira profusamente insculpidos e pintados com motivos diversos.
Tal como se lhe refere a obra Arquitetura Timorense, «É, sem dúvida, a casa […] que mais surpreende em todo o Timor [e na qual] o sentido arquitetónico ultrapassa de longe o seu imediato utilitarismo».
Viqueque
Na área de Viqueque, em que predomina a língua tétum, o povoamento é disperso e cada núcleo habitacional, pertencente a um mesmo grupo familiar, é constituído por duas a dez casas, organizadas em torno de uma clareira aberta na floresta.
A habitação de Viqueque distingue-se dos restantes tipos de arquitetura vernacular de Timor-Leste, em particular pela grande área que ocupa (c. de 15m de comprimento por 7m de largura) e pela sua cobertura de três águas, a menor das quais situadas sobre a entrada principal.
A estrutura que suporta o pavimento é independente da que sustenta a cobertura. Internamente subdivide-se em três compartimentos – o quarto das mulheres, o quarto dos homens e a cozinha –, sobre os quais se localizam espaços de arrecadação.
Suai
A área de Suai caracteriza-se pelo povoamento concentrado, distribuindo-se as casas por espaços amplos e delimitados por sebes. A habitação, assente em estacaria, é de planta quadrangular e tem cobertura de quatro águas, que se prolonga em relação ao núcleo central da casa, até c. de 2 m do solo, protegendo as varandas laterais.
O pavimento desenvolve-se em três planos, sobrelevados respetivamente a 0,8m, a 1m e a 1,5m de altura. A plataforma intermédia reparte-se em três varandas cobertas, protegidas do sol e do acesso exterior por esteiras, como a que se apresenta na entrada desta exposição.
O compartimento mais elevado, o único com paredes, constitui o coração da casa, no qual se cozinha e dormem os donos e os mais velhos. Suspensas de traves do teto, sobrepõem-se neste espaço largas prateleiras, para armazenamento de géneros alimentícios e utensílios de cozinha.
Oecussi
No enclave de Oecussi, localizado na costa norte da parte ocidental da ilha de Timor, distinguem-se dois tipos de habitações tradicionais. O interior montanhoso, de povoamento disperso, caracteriza-se pelas casas cónicas, de piso térreo, que a obra Arquitetura Timorense considera como «as mais primitivas em todo o Timor».
Contudo, nas planícies do litoral, de povoamento concentrado, ocorre um tipo de habitação desenvolvida por influência dos povos de língua tétum, e com «flagrante parentesco» com a arquitetura vernacular das áreas de Viqueque e de Suai.
Trata-se esta de uma casa de planta quadrangular (c. de 10m x 7m), assente sobre pilares, com cobertura espessa (50 cm ou mais) de quatro águas, em cujo interior se organizam três zonas distintas: uma varanda, profunda e que ocupa toda a largura da casa, e duas divisões com paredes. Esta casa singulariza-se ainda pelas suas paredes externas, duplas, resultantes da aplicação de diferentes técnicas a dois tipos de materiais vegetais.
«WORLD PRESS PHOTO» (28/04/2017 – 21/05/2017)
A Exposição WORLD PRESS PHOTO 2017 encontra-se patente ao público no Museu Nacional de Etnologia entre os dias 28 de abril e 21 de maio de 2017.
A edição de 2017 da Exposição apresenta ao público as imagens vencedoras do 60.º concurso anual da World Press Photo, selecionadas a partir de um total de 80.408 imagens produzidas por 5.034 fotógrafos de 126 países.
Referência mundial do fotojornalismo, a Exposição dá a conhecer ao público, através das imagens premiadas pela World Press Photo, algumas das questões cruciais com as quais povos e sociedades de todo o mundo se defrontam na atualidade e que, em muitos casos, se repercutem além das suas fronteiras e mesmo à escala global.
A Exposição é organizada pela World Press Photo Foundation, uma organização sem fins lucrativos fundada em 1955, e, à semelhança das edições anteriores, a sua realização é assegurada pela Revista Visão e pela SIC Notícias.
«Inquéritos ao Território: Paisagem e Povoamento» (15/04/2016 – 16/10/2016)
«Inquéritos ao Território: Paisagem e Povoamento é uma exposição que coloca em diálogo múltiplos olhares e perspetivas sobre Portugal desde finais do século XIX até à atualidade. Por um lado, os olhares que, em particular nos domínios da Etnologia, da Arquitetura e da Geografia, promoveram a descoberta e o conhecimento sistemático do território e da sua diversidade cultural. Por outro, os olhares de um variado conjunto de artistas que, com recurso à fotografia, e em alguns casos ao filme, tomam o território e a paisagem como objeto da sua produção ou intervenção desde as últimas décadas.
Na exposição é apresentada ao público uma seleção de objetos das coleções do Museu Nacional de Etnologia, colocados em diálogo com os diversos olhares, artísticos ou científicos, que estruturam a narrativa expositiva, sendo dado especial destaque à ilustração da intensa atividade e produção científica da equipa de Jorge Dias, que está na origem da fundação do próprio Museu.
A exposição resulta de uma parceria estabelecida entre o Museu Nacional de Etnologia e o Centro Internacional das Artes José de Guimarães, com curadoria de Nuno Faria, e constitui uma segunda versão da exposição inicialmente apresentada em Guimarães.
Expedição Científica à Serra da Estrela (1881), Orlando Ribeiro, Inquérito à Arquitetura Regional (1955-1957), levantamentos realizados no âmbito do Centro de Estudos de Etnologia (Jorge Dias, Margot Dias, Ernesto Veiga de Oliveira, Fernando Galhano e Benjamim Pereira), Alberto Carneiro, Luís Pavão, Duarte Belo, Álvaro Domingues, Nuno Cera e Diogo Lopes, Paulo Catrica, Valter Vinagre, André Príncipe, Pedro Tropa, Daniel Blaufuks, Mariana Caló e Francisco Queimadela, Álvaro Teixeira, Jorge Graça, Eduardo Brito, Duas Linhas (Pedro Campos Costa e Nuno Louro) e Sete Círculos (Pedro Campos Costa e Eduardo Costa Pinto), Carlos Alberto Augusto.»
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Surveys in the Territory: landscape and settlement
National Museum of Ethnology, Lisbon, April 15 to October 16, 2016
«“Surveys in the Territory: landscape and settlement” is an exhibition which places in dialogue multiple views and approaches on Portugal from the end of the 19th century until present day. On the one hand, the views from which, mainly in the field of Cultural Anthropology, Architecture and Geography, resulted the discovery and the systematic knowledge of the territory and its cultural diversity. On the other hand, the views of a variety of artists that, using photography, and in some cases film, have addressed the territory and the landscape as an object of their production or intervention for the last decades.
The exhibition presents a selection of objects of the collections of the National Museum of Ethnology, placed in dialogue with the several views, of artistic or scientifical scope, which structure the exhibition narrative. These objects also highlight the intense activity and scientifical production of Jorge Dias’ team, which stands in the origin of the foundation of the Museum itself.
The exhibition is the result of a partnership between the National Museum of Ethnology and the José de Guimarães International Arts Centre, with the curatorship of Nuno Faria, and is a second version of the exhibition initially presented in Guimarães.
Scientific Expedition to Serra da Estrela (1881), Orlando Ribeiro, Survey of Regional Architecture (1955-1957), surveys conducted in the framework of the Ethnology Studies Center (Jorge Dias, Margot Dias, Ernesto Veiga de Oliveira, Fernando Galhano and Benjamim Pereira), Alberto Carneiro, Luís Pavão, Duarte Belo, Álvaro Domingues, Nuno Cera e Diogo Lopes, Paulo Catrica, Valter Vinagre, André Príncipe, Pedro Tropa, Daniel Blaufuks, Mariana Caló e Francisco Queimadela, Álvaro Teixeira, Jorge Graça, Eduardo Brito, Two lines (Pedro Campos Costa e Nuno Louro) and Seven Circles (Pedro Campos Costa e Eduardo Costa Pinto), Carlos Alberto Augusto.»
«10 anos depois: objectos de outros lugares» (12/11/2014 – 31/05/2016)
Francisco Capelo reincidiu com nova doação ao Museu Nacional de Etnologia e nós, com ele, na aceitação e no agradecimento. Diferentemente do universo bem delimitado, de exata localização, das máscaras e marionetas do Mali, que antes doara ao museu, são agora objetos de origens e sentidos muito diversos. Não conhecemos, para cada um deles, a situação concreta do seu uso, a parcela de vida social percebida nos locais onde foram produzidos e onde são protagonistas e operadores de relações. Não resultaram, pois, de um contexto de investigação, surpreendidos e documentados na sua eficácia prática e simbólica. Esta deslocou–se para o plano da paixão que move o colecionador e os destaca pela sua beleza e excelência técnica e formal, singularidade, valor icónico.
Mas, é também pela sua diversidade e pelas culturas que permitem representar, que eles logo suscitam diálogos com outros existentes no museu, seja enquanto novas ilustrações para questões já antes formuladas, seja pelo que, de novo, passa a poder ser conhecido e mostrado, ou pelo modo como as coleções do museu vão sendo pensadas e o próprio museu como casa de acolhimento de objetos e da sua interrogação e comunicação.
Vêm de países de África e do Sudeste Asiático: Nigéria, Camarões, Gana, Mali, Myanmar, Tailândia, Laos, Cambodja, Vietnam.
A proximidade e permanente troca de informações com Francisco Capelo revelaram sempre, tanto a paixão dos objetos por parte de um colecionador que procura documentá-los para o seu melhor conhecimento, como o próprio prazer, empenhamento e confiança postos no ato da sua doação.
“Artes de Pesca. Pescadores, normas, objetos instáveis” (03/04/2014 – 14/02/2016)
Exposição que resulta de uma investigação conduzida no terreno, a partir de 2004, em estreita relação com um grande número de pescadores, de muitos locais da costa, associações e instituições que intervêm no domínio das pescas. Dela resultou a constituição de uma coleção de artes de pesca que agora é posta em articulação com a coleção dos anos 1960, já existente no museu. Muitas foram oferecidas pelos pescadores, nossos interlocutores. Outras, resultaram de acordos de colaboração com as várias capitanias marítimas, o que permitiu transferir para o museu artes e instrumentos de navegação apreendidos porque considerados em situação ilegal. A documentação produzida ao longo dos anos de pesquisa dá conta dos discursos dos pescadores sobre as normas que condicionam a sua atividade e se refletem na própria materialidade dos objetos, sua definição e instabilidade: permitidos ou não conforme o momento do ano, os locais, as leis que se foram sucedendo e até a compreensão e avaliação casuística. A recolha procurou preencher a maior diversidade de artefatos e tipos de materiais, técnicas, processos e funcionalidades, sobre a qual elaborar um sistema classificatório de referência para o seu inventário nos museus. O fio condutor da exposição é, por isso, também uma proposta de classificação para as artes de pesca, tomando em conta outras já produzidas por diferentes autores e instituições. A humanidade das práticas de pescas e a compreensão dos seus contextos sociais e organização do trabalho estão expressas nas filmagens feitas durante os anos de pesquisa, observação e constituição da coleção e nas imagens dos pescadores que no início do século XX passaram a ter a sua fotografia nos registos de inscrição marítima e agora habitam a exposição.