Homenagem a Jean Rouch no Instituto Franco-Português

Ciclo de filmes. Entrada livre.
De 2 a 16 de Fevereiro às 19h00 / 21h00
No Instituto Franco-Português
Filmes legendados em português.

Em Fevereiro de 2004, Jean Rouch, cineasta e etnógrafo, morre nas estradas do Níger. Deixa uma obra cinematográfica imensa (mais de 120 filmes!) e atípica, intuitiva e inspirada: documentário etnográfico, sociológico, “cinema directo”, ficção…
Durante este mês, o Instituto Franco-Português presta-lhe homenagem apresentando um ciclo de filmes que permitirá descobrir – ou redescobrir – o trabalho de um homem livre, curioso e profundamente humanista: um “mestre louco”!

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Segunda-Feira 2 de fevereiro

19h00
LE DOUBLE D’HIER A RENCONTRÉ DEMAIN… (10 min.) de Bernard Surugue et Luc Riolon – 2004
Jean Rouch, radiante, apresenta em Niamey no Níger, a estreia do seu filme – « Le Rêve plus fort que la mort ». Quatro dias antes do seu desaparecimento, estas imagens de Jean Rouch, o seu riso, as suas palavras sobre a memória dos antepassados e a importância dos rituais, ressoam de uma forma singular. Um emocionante adeus!

LE RENARD (39 min.) de Ricardo Costa – 2006
Entrevistado no Musée de l’homme em Paris, Jean Rouch fala da universalidade dos mitos fundadores e dos seus parentescos em África, Europa e Médio Oriente. Um retrato íntimo no qual Jean Rouch evoca o sonho como origem de qualquer obra e as mitologias africanas como alimento da sua própria vida…
Com a participação de Germaine Dieterlen, grande nome da Antropologia visual e co-realizadora de numerosos filmes com Jean Rouch.

21h00
LA PYRAMIDE HUMAINE (90 min.) de Jean Rouch – 1961
A chegada de uma nova aluna, Nadine, é o ponto de partida para uma análise das relações inter-raciais no liceu de Abidjan. Reunidos por Jean Rouch, os alunos interpretam os seus próprios papéis numa “ficção” que encena novas relações sentimentais e de amizade entre brancos e negros.

Projecções seguidas de debates com Bernard Surugue, co-fundador da Fondation Jean Rouch, realizador e « compagnon de route » de Jean Rouch e com Ricardo Costa, realizador

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Terça-Feira 3 de fevereiro

19h00
LES MAîTRES FOUS (30min.) de Jean Rouch – 1955
O filme mostra práticas rituais da seita religiosa do culto Hauka. Os praticantes são originários do Níger que trabalham no Gana e se reúnem para a grande cerimónia anual. Na “concessão” do grande padre Mountbyéba, após uma confissão pública, começa o rito da possessão.

Projecção do filme seguido de uma entrevista de Jean Rouch sobre o filme. Extracto de Le Corps étranger de Ricardo Costa (15 min.) – 2006.

21h00
MOI, UN NOIR (73 min) de Jean Rouch – 1959
Jovens nigerinos deixaram o interior das terras para procurar um emprego na Costa do Marfim.
Acabaram em Treichville, bairro popular de Abidjan, desenraizados na civilização moderna. O herói que conta a sua história, adopta o nome de Edward J. Robinson como o actor americano. Os seus amigos escolhem, como ele, pseudónimos destinados a forjar, simbolicamente, uma personalidade ideal.

Projecções seguidas de debates com Bernard Surugue, co-fundador da Fondation Jean Rouch, realizador e « compagnon de route » de Jean Rouch e com Ricardo Costa, realizador.

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Segunda-Feira 9 de fevereiro

19h00
Petit à petit (90 min.) de Jean Rouch – 1972
Damouré, que dirige em Ayorou, uma sociedade de importação – exportação chamada « Petit à Petit », decide construir um prédio e parte para Paris para ver “como é que se pode viver em casas com andares”. Na cidade, descobre as curiosas maneiras de viver da tribo dos parisienses que descreve nas “cartas persas” enviadas regularmente aos seus companheiros…

Projecção seguida de debate com Brice Ahounou, jornalista e programador de filmes etnográficos e Rosa Maria Perez, antropóloga.

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Terça-Feira 10 de fevereiro

19h00
Chronique d’un été (90 min.) de Jean Rouch e Edgar Morin – 1960

Prémio da Critica no Festival de Cannes, 1961.

Durante o Verão, Edgar Morin, sociólogo, e Jean Rouch vão investigar a vida quotidiana de jovens parisienses para tentar perceber a concepção da felicidade. Em torno da pergunta inicial “Estás feliz?”, surgem questões essenciais como a política, o desespero, a solidão. O grupo interrogado reúne-se finalmente para a primeira projecção do filme e os dois autores encontram-se perante esta experiência cruel mas plena de “cinema-verdade”.

Projecção seguida de debate com Brice Ahounou, jornalista e programador de filmes etnográficos e Joaquim Pais de Brito, antropólogo e Director do Museu Nacional de Etnologia.

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Segunda-Feira 16 de fevereiro


19h00
En une poignée de mains amies (35 min.) de Jean Rouch e Manoel de Oliveira – 1997
“(Este filme) é como todos os sonhos de crianças: realizámo-lo em menos de uma semana, passeando nas margens do Douro (…) Manoel e eu gritando os versos de um poema inspirado pelo vento, o rio e a amizade. ” Jean Rouch.

Mosso Mosso, comme si (73 min.) de Jean-André Fieschi – 1998.
Este encontro com Jean Rouch enquadra-se num “faz de conta”, no qual o realizador evoca o que se tornou para ele uma regra de vida e ao mesmo tempo de cinema: “Ao fazer “como se”, estamos muito mais perto da realidade”.
Uma homenagem comovente habitada pelo espírito do cineasta!

Sessão em presença (a confirmar) do realizador Manoel de Oliveira e do produtor Bernard Despomadères.

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Todas as noites, um prato africano ou da “cozinha do mundo” será proposto pelo Chef Pascal a partir das 19h30 para “alimentar” o debate.

Faça a sua reserva ! (mín. 2 dias de antecedência)
21 311 14 00 ou 96 009 94 52

Jantar (prato + bebida + café) : 10 Euros

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